PROGRAMA JOVENS EMBAIXADORES BRASIL
YAP - BR
Projeto Casa de Reza Piraque-Açú
Devido ao colapso da Barragem de Mariana, milhões de litros de lama tóxica de rejeito foram despejados no mar pelo Rio Doce. A lama despejada no mar subiu o Rio Piraque-Açú e matou toda a vida na região de nosso território em Aracruz.
Esse crime destruiu a conexão do povo Guarani de Aracruz com a natureza e muitos elementos de nossa cultura correm o risco de desaparecer. Devido a perda do vínculo espiritual com nosso rio, são poucos que ainda frequentam a nossa Casa de Reza. A Casa de Reza é o local onde nos reuníamos para realizar nossos rituais e era nosso espaço de convivência social desabafarmos nossos medos e para discutirmos soluções.
O projeto visa a reforma da Casa de Reza da Aldeia Piraque-Açú para que os jovens voltem a se interessar pelos rituais Guaranis e revitalizar nossa cultura.
Precisamos de doações para comprar o material de construção. Aceitamos doações de material como piassava, madeira e pregos.
Minha história
Meu nome em português é Rosanir Martine da Silva. Meu nome em Guarani é Ara Poty. Nasci em casa com a ajuda da minha Vó. Tenho 23 anos e moro na Aldeia Rio Piraque-Açú, localizada em Aracruz no estado de Espírito Santo. Sou indígena da etnia Guarani Mbya. Trabalho com turismo e faço artesanato indígena. Meu sonho é que os povos originários sejam valorizados e respeitados.
Em minha aldeia, sempre falamos na nossa língua para preservar nossa cultura. Fumamos cachimbo para espantar os mal espíritos. Sempre vou na OPY’I, uma casa de barro, onde entramos para nos conectarmos com o criador da terra e do céu. Na OPY’I, dançamos, cantamos e conversamos para compartilharmos o que pensamos e os problemas que enfrentamos.
Em 2015, fomos atingidos pela sujeira do rompimento da Barragem de Mariana. Muitos foram atingidos e tiveram problemas de saúde. Não podemos pescar. Não podemos nos banhar com as crianças. Não conseguimos nem plantar. Os anciões dizem que a terra não presta mais para plantar. O turismo ficou fraco na região. Não recebemos mais visitantes na nossa aldeia. Por isso não conseguimos vender nossos artesanatos e os barcos estão parados
O homem branco está destruindo nosso território e nosso estilo de vida. Precisamos de ajuda nessa luta. Estamos nos mobilizando para conseguir ajudar fora do país. Para sermos ouvidos. Para que tenhamos diretos iguais a todos. Para que todos vejam nossa realidade e vulnerabilidade diante dessas grandes empresas. Espero que possamos vencer com ajuda de todos que tem o coração bom.